Porto, 2 de Janeiro de 2011
Faltam 21 dias para as eleições presidenciais. O debate que tem existido entre os candidatos à Presidência da República tem sido bastante lírico, os candidatos a cada sessão de esclarecimento transparecem a inutilidade do cargo para o qual se candidatam. Tal como todos os portugueses também eles não sabem o que é um Presidente da República Portuguesa, ou melhor confirmam apenas a leve suspeita de que não passa de um manager de emoções. O sistema político não devia ter espaço para cargos fantoches, e o mais alto cargo da hierarquia política nacional é precisamente um desses exemplos.
No século XX decidimos retirar um Rei para colocar um Presidente da República, em nome de um sistema política totalmente roto e esgotado. Contudo, passados exactamente 100 anos conseguimos dar uma volta de 360º, com as melhorias da evolução naturalmente subjacentes ao tempo decorrido, os portugueses têm o mesmo estado de espírito e sentimentos que os seus antepassados há 100 anos atrás. E o problema, tal como em finais do século XIX e inícios do século XX, são a nossa natural tendência para a desorganização, continuamos a ser um povo que não se governa nem se deixa governar. Um exemplo desta cultura são os partidos políticos que são a imagem exacta dos partidos que tínhamos no regime monárquico.
Portugal continua a falhar nas grandes questões, que muitas vezes parecem meros detalhes aos olhos da maioria.