oalmirante @ 17:35

Sex, 13/01/12

Polvo

 

O Estado de graça do actual governo PSD-CDS/PP começa a diluir-se nas águas pantanosas da partidocracia em que o sistema político português habita. Submerso nestas águas o Estado tentacular demonstra a sua agilidade, mesmo que ultimamente disfarçado num manto de mudança.

 

A TDT…

Comecemos por questões de aparência banal, como a TDT, para ir demonstrando a influência que o Estado pode ter sob as antigas empresas públicas. Uma pequena explicação sobre a TDT:

“A Televisão Digital Terrestre representa uma mudança que acontecerá em toda a União Europeia e que, na prática, permite a quem usa os serviços gratuitos de televisão continuar a receber os quatro canais de que já dispõe, com melhor qualidade de som e imagem e um guia electrónico de programação.” (Fonte: tek.sapo.pt)

Esta transição do sinal analógico para o sinal digital começou por mão do anterior governo, e foi agora inaugurado pelo ministro Miguel Relvas, no passado dia 12 de Janeiro, com o desligamento do emissor na zona de Palmela. No entanto, todo o processo é bastante característico, Portugal tem a mais pobre oferta de TDT da Europa, pois para além da grelha electrónica, da melhor qualidade de som e imagem, a TDT visava proporcionar uma maior oferta de canais para além dos 4 actuais. Obviamente, os “interesses económicos” do grupo Impresa, MediaCapital e da própria RTP não foram indiferentes a este novo paradigma de Televisão, e a TDT permaneceu fechada para os 4 canais. Adicionalmente, se repararmos bem, na base, e se houvesse uma maior oferta de canais, o serviço de TDT seria aproximado dos serviços da Meo e ZON, e no actual cenário de crise e perante a gratuitidade do serviço, seria a opção de muitos portugueses. Mas mais uma vez os interesses privados sobrepuseram-se ao interesse público, incapacitando o total aproveitamento das infra-estruturas que foram pagas com dinheiros públicos.

Como se tudo isto não fosse já suficiente, achou-se por bem entregar o “ouro ao bandido”, atestando simultaneamente que o regulador, a ANACOM, não serve para nada, ou seja, o Estado delegou à PT a responsabilidade das alterações. Sendo o Meo um serviço comercial da PT, os vendedores do serviço Meo passaram a lucrar nos últimos dois anos de uma arma comercial fortíssima e que já lhes valeu milhares de contratos.

 

Nomeações para CGD e EDP

O regresso de “Jobs for the boys” parece que também veio para ficar no sector laranja. Aliás, as movimentações partidárias e autárquicas durante quase 10 anos fora do governo já o faziam prever. Durante o Verão que antecedeu à rentrée política os “boys” do PSD e CDS/PP pareciam os cães das experiências de Pavlov. No entanto, desta feita estes não salivavam sobre o OE, pois desse pouco já resta para o saque, restava então o SEE.

Ocasionais, portanto, foram as nomeações de Nogueira Leite e Rui Machete, e de Eduardo Catroga, Celeste Cardona, Teixeira Pinto, Rocha Vieira e Braga de Macedo para a EDP, se bem que este último caso seja apimentado pela influência que o Estado pode exercer sobre aquilo que já não é seu.

Desde a primeira hora ao lado de Pedro Passos Coelho, afirmando que apenas lutavam por um projecto de ruptura com as políticas do Eng. Sócrates, nada melhor que uma prateleira dourada para recompensar as fotografias que tiraram juntos.



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"We shall go on to the end, we shall fight in France, we shall fight on the seas and oceans, we shall fight with growing confidence and growing strength in the air, we shall defend our Island, whatever the cost may be, we shall fight on the beaches, we shall fight on the landing grounds, we shall fight in the fields and in the streets, we shall fight in the hills; we shall never surrender (...)"

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