oalmirante @ 11:40

Ter, 31/01/12

Perante o actual cenário de crise, a loja maçónica é certamente, pelos dias de hoje, uma das com maior sucesso. A maçonaria ficou recentemente mais conhecida aos olhos do público através da polémica em torno do ex-director dos Serviços de Informações Estratégicas e Defesa (SIED). Não sendo, pelo menos nos dias de hoje, uma “organização” secreta tenta pelo menos manter-se discreta.

 

Maçonaria em Portugal e Espanha

Em Portugal são reconhecidas três obediências Maçónicas: o Grande Oriente Lusitano, a Grande Loja Regular de Portugal e a Grande Loja Legal de Portugal. No entanto, existem outras Grandes Lojas, consideradas “irregulares”, mas penso que com pouca expressão. Sendo o Grande Oriente Lusitano a mais antiga obediência maçónica, fundada em 1802, onde sob o seu auspício trabalham lojas que praticam o Rito Escocês Antigo e Aceite e o Rito Francês.

Ao que parece a acção maçónica teve em Portugal uma importante influência na revolução liberal, abolição da pena de morte e na implantação da República. No entanto, durante o Estado novo viria a ficar com os seus bens confiscados e o Palácio Maçónico ocupado pela Legião Portuguesa. Com o 25 de Abril, ao qual a organização a trabalhar na clandestinidade não foi de todo alheia, teve de volta os seus bens.

Em Espanha, durante a ditadura do general Francisco Franco, a maçonaria foi perseguida e fortemente reprimida a par do comunismo, através da Lei de Repressão da Maçonaria e do Comunismo, ratificada em 1940. O Tribunal Especial para a Repressão da Maçonaria e do Comunismo deu ordem a um grande número de perseguições, capturas e prisão dos sentenciados. O motivo da não-aceitação de Franco na maçonaria é um dos fundamentos apontados para a sua obsessão doentia.

Assim, algumas das mais importantes reuniões da Associação Maçónica Internacional (AMI) tiveram lugar no Estoril e em Cascais, residência de Don Juan de Bourbon, pretendente ao trono de Espanha durante o regime do general Francisco Franco. A AMI reuniu os Veneráveis Mestres da maçonaria de todo o mundo, em muitos casos personalidades da esfera política, filosófica, académica, financeira, militar e económica.

Pelo que vemos a maçonaria em Portugal não é algo tão insignificante como às vezes os próprios maçons querem fazer parecer com a sua descrição. No entanto, imagens como…

fazem nos reflectir sobre a verdadeira influência, e existência de um olho de Hórus que tudo vê.
 
«Gladio» 
A esse respeito nada melhor que relembrar o escândalo do Banco Ambrosiano, do qual o Banco do Vaticano era o principal parceiro, e que em 1978 com a morte do papa João Paulo I surgiram rumores de operações ilegais.

A estas operações ilegais estava envolvida a loja Propaganda Due (P2), criada pelo Venerável Mestre, Licio Gelli, que combatera ao lado de Franco, enviado por Mussolini, e que fora informador da Gestapo durante a 2ª Guerra Mundial, mantendo mesmo contactos com Hermann Goering. Contudo, depois da guerra viria a aliar-se à CIA, e juntamente com a NATO deu cobertura à Operação “Gladio”, uma rede, um stay-behind, estabelecido em Itália (e noutros países), que deu origem a um governo sombra, com o objectivo de evitar uma possível ameaça soviética, e provavelmente culminar com um golpe de Estado, mas que a bancarrota do Banco Ambrosiano deitou por terra.

A P2 foi portanto uma operação levada a cabo pela CIA, tendo-se tornado, entre 1965-1981, na loja mais poderosa de Itália, com um enorme trafego de influências e poder. Numa lista publicada pela presidência do Conselho italiano, em 1981, após o escândalo financeiro, constava o nome de 38 membros do parlamento, 30 generais, 4 ministros, ex-ministros, chefes dos serviços secretos, jornalistas, 15 banqueiros (relacionados com o Banco de Itália, Banco dei Roma, Banco Ambrosiano, Banco Commerziale Italiana, Banco dei Lavoro, Banco da Sicília), magistrados, professores universitários, o presidente da Federação de Futebol e Silvio Berlusconi, futuro primeiro-ministro de Itália. Tudo fazia parte de um amplo plano para condicionar o processo político italiano.

Conclusivo foi também a infiltração da maçonaria no Vaticano. Estudiosos indicam mesmo a existência de dois grupos dentro do Vaticano: um ao qual é dado o nome de “maçónico-curial” e a Opus Dei. No meio de tudo isto, o papa falecera, e o seu sucessor, João Paulo I, viria a falecer aos trinta e três dias do seu pontificado de forma tão misteriosa que nenhum médico quis assinar a certidão de óbito de acordo com o que lhes era proposto.

 

Agora, sobre a maçonaria e o seu papel e influência no mundo caberá a cada um tomar a sua opinião…



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"We shall go on to the end, we shall fight in France, we shall fight on the seas and oceans, we shall fight with growing confidence and growing strength in the air, we shall defend our Island, whatever the cost may be, we shall fight on the beaches, we shall fight on the landing grounds, we shall fight in the fields and in the streets, we shall fight in the hills; we shall never surrender (...)"

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