Porto, 31 de Outubro de 2010
Comummente ouvimos falar de que todos têm direito ao trabalho. É verdade. Mas, também não é menos verdade que todos têm a obrigação de trabalhar.
Infelizmente, a relação entre direito e deveres está bastante degradada em Portugal, que se tem alicerçado exclusivamente sobre uma parte da equação: os direitos. Matematicamente até arriscaria a dizer que tal relação não se trata de uma equivalência mas de uma implicação em que direitos => deveres. No entanto, em Portugal direitos <=> direitos e a prova disso são os inúmeros benefícios do Estado, correctos na sua concepção, mas profundamente errados e injustos quanto à sua aplicação.
Assim, os efeitos recessivos das opções orçamentais que temos de tomar são fruto da nossa má organização e gestão. Quando um Estado está carregado de gente sem consciência do dever e que procura nele apenas um emprego e não um trabalho, são os outros 40% que não dependem do Estado que pagam a factura.