A educação em Portugal nunca foi um capítulo de particular orgulho nacional, mas na última década foi invadida por uma vaga de suposta modernidade sem precedentes. O sentido de dever para com as futuras gerações nunca foi preocupação, nem dos governos, nem dos sindicatos. Mais uma vez deu-se continuidade a uma cultura que não tem sensibilidade para com o sentido de dever, na formação dos jovens, mas tão-somente na defesa dos seus próprios interesses, colidindo frontalmente com a liberdade de terceiros, que constitui o direito à educação.
A escola portuguesa do século XXI necessitava sobretudo de uma ampla reforma ao nível das disciplinas leccionadas, e dos seus respectivos programas. Contudo, perpetuaram-se as lutas entre governos e sindicatos sobre a avaliação dos professores, enquanto a avaliação dos alunos, essa continuou sempre por fazer. E mesmo do pouco que foi feito, foi mal feito, pois nunca se chamaram os principais responsáveis da educação para encabeçarem um processo de reformas, apenas supostos especialistas que nunca leccionaram, e que em nome do progresso e pelo progresso nunca admitiram os erros das suas experimentações.
O Ministério da Educação nunca teve coragem, de abdicar do seu poder central, e redireccionar as suas constantes reformas para uma educação mais livre, e consequentemente concorrencial de forma a elevar de modo natural a qualidade do ensino. Um ensino livre que enquadre as tradições locais e progrida através de uma interacção entre tradição e mudança, mas também um ensino em que a família possa escolher qual a instituição de ensino em que deseja educar os seus filhos.
Igualmente importante, será introduzir um novo método, que longe de ser contra a especialização, requerida pela realidade dos dias de hoje, contribua para uma sociedade de indivíduos educados, com um intelecto cultivado, uma atitude nobre e cortês na condução da vida. Como? Talvez através de uma base comum e nuclear, no ensino básico e superior, onde fosse acentuada a prática do desporto, e sobretudo dado a conhecer aos alunos as grandes obras, cultivando assim o gosto pelo desporto e as artes, de forma a estes compreenderem o passado, e saberem influenciar o seu futuro.